quinta-feira, 7 de agosto de 2014

SENTIDOS EMBAÇADOS,,


Por algumas horas no que parecia eterno,
Senti-me perdido e sem companhia verdadeira,
Não tinha com quem compartilhar ,
Todo o forjar incrédulo de minha mente!

Vaguei por terra atrás de um ser timidamente compatível,
Ou que estivesse disponível a ouvir meus falsos risos,
Meus movimentos trejeitados e,
Confusos!

Encontrei-o,
Divagamos a procura de sossego em Marte,
Enchemo-nos de uma bela e desconhecida arte,
Assaltamos,
Dopamos os pulmões com naturalidade,

Percebíamos na escuridão imagens regurgitando sinistralidade,
Onde talvez não existisse nada além de nossa imaginação,
Ou de fato estivesse lá,
Fitando-nos com um olhar tenebrosamente nítido!

Deserta, a cidade mostrava-se embriagada e escura,
A luz sóbria e tão presente,
Por infinitos momentos mostrou-se distante, extinta,
Perdemos a hora do arrebatamento!

Mas...
Apetitosamente sentíamos a vida no paladar de nossa fome,
Uma brisa fria mais que o gelo refazia-nos na noite,
Até o distante e doloroso momento,
Em que adentrei cambaleando a imensa escuridão do meu quarto,
Duvidando com todo prazer da realidade!

Cleidin, 17,06,14

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O BOM AMIGO!

Acabaram de me abandonar!
Enlouqueceram - me,
Pagaram-me duas cervejas,
Um tablet de frescas balinhas,
E saudações!

Prometeu-me não se demorar,
Mas me abandonou,
Por quê será?
Será por minha ausência,
Perguntei-me?

O bar!
O dono do bar a dormir, roncar!
As conversas de quem não está aqui!
Esfaqueando incontáveis goles!
De falso pudor?
Não!

Percebi por todo momento,
Após um breve pensar, que...
Um falso amigo me abandonou!
Talvez por eu não possuir,
Carro preto, escondido em fumés,
Ou toda/s as formas possíveis!

Cleidin, 02,06,14

INCERTEZAS

E mesmo sabendo do contrário,
Me submeto a mesmice do final de semana na 1!
Aos impropérios do "eu axo"
Acabo me igualando a vida,
E a todos os fracos de observação,
Na extensão da avenida!

"Diz-me com quem tu andas,
E eu te direi quem tu és"!
Assim disse o senhor do mundo,
Aos seus fiéis,
Sem afirmativas,
Porém passível de indagações conflituosas!

A imagem além do conteúdo!
Onde ficam meus amigos bêbados de leitura?
Minha perspicácia e certeza?
Minha dúvida!
Para onde recorrerá minha loucura?

Cleidin, 01,06,14

PRISÃO PERPÉTUA


Sua vida não é o que você pensa, 
Ela não é sua!
É simplesmente tudo o que você imagina que os outros

Conjecturariam sobre tudo o que você anseia fazer!
 

Deixar sair sua loucura!?
-Será visto com bons olhos, ou não?
Essa pergunta é sua prisão


Cleidin, 29,03,14

VIDA MORTA

Sério!
Queria mesmo ser uma cara mais. bacana!
Não ser tão "epitáfio"!
Queria mesmo dilacerar a ilusão que vivo,
Dispensar as aparências!
Mas sou pobre de espírito,
Sou fraco,
Chego a ser covarde!
Há embaraços catastróficos no meu olhar,
Amarras em minha razão!
A mulher que amo,
Prendi-me de tal forma que...
Não consigo correr até a loucura,
Sumir talvez!
Fizemos um acordo,
Sem significado ou significante,
Não estive em Genebra!
Muito menos minha opinião a Saussure!
Obrigado sou,
A inspirar toda essa inércia de vida!
E perceber a olhos nus,
Ou de binóculos,
O "sempre mais do mesmo"!
Sem chances no tribunal do júri,
Estrela cadente,
Ou defesa confiável!
Literalmente sem túmulo,
Vivendo cada segundo, 

Matando a agonia de uma falsa loucura,
Frequentemente na 1 com a 7!

Cleidin, 27, 05, 14

VIOLÊNCIA CLANDESTINA

Eu te mataria se vc deixasse,
Eu foderia sua vida se não fosse meu alter ego,

Assassinaria minha própria vida!
Beberia da sua sede só para tentar te entender,
 

Porém respeitaria os excessos!
Seria capaz de abrir o seu crânio,
Mergulhar entre seus miolos,
Comer o banquete de púrpuras migalhas,
E sentir o gosto da sua amarga vida!
 

Renascer no seu mundo mesquinho,
Indiferente as letras do ceifador!
Decifrar as imagens póstumas no fim de tudo!
Teu tudo é nada que é viver!
 

Asneiras descabidas de seu momento aflito,
Conflito enérgico de tua falta de razão!
Perdão antes da meia noite,
Entender o porquê da calmaria,
Antes de entregarmo-nos ao prazer!
 

Luxúria! Luxúria!
Eu foderia antes de tudo, tua concupiscência!
Seria mais fácil e indolor satisfazer tua suspeita,
Do que escrever esses versos!
 

És um desconexo labirinto na minha calmaria,
Meu medo e meu desejo!
Um verbo inconjugável!
Desconhecido entre os especialistas,
 

Pecado capital, o mal sem oposição!
Pedaço inseparável de minha vertigem,
Minha morte e minha morte!
Meu último gole de loucura!

Cleidin, 17, 05,14

CRUZ


Tenho uma dor no peito,
Suja como lama,
Tenho um santo escondido,
Revirando minhas entranhas!
Um demônio no altar!

Eu carrego uma cruz,
Nada comparada a de Jesus Cristo!
Minha cruz não pesa,
Não a carrego nos ombros,
Indaga-me a todo milésimo!

Mas não deixa de ser uma tortura,
Meu gólgota!
Faz ferver meu sangue,
Desnorteia minha cabeça,
Transforma minhas retinas!
 

Crucifiquei minha vida,
E até minha alma,
Não bateram prego em minhas mãos,
Querem porém controla-las!

Meus pés não estão piados,
Mas são reféns do século XXI,
E dá ideia torta,
Do olhar indagador,
A cruz que carrego é vítima do contraste!

Cleidin, 03,05,14